Já chega!

Pois bem, zés do mio coure...

Após um relato tão detalhado da nossa zé pintas que é linda (e isto é só para a apoiar no ultimato que faz ao pássaro) sinto-me muito mais motivada para postar...

Ontem, quando saí daqui do lab estava um frio de crlh, por isso fui para casa quase a correr para ligar o aquecedor no meu quarto e ficar la quentinha. Pouco depois de chegar a casa, quando estava a fazer a minha sopa, veio lá o sr. Amendola, que é o senhorio, dizer que a máquina de lavar estava finalmente a funcionar como deve ser (e, de facto, estava, porque aproveitei para lavar a minha roupa, de modo a ter roupa para vestir quando cá voltar)e, também para trazer mais aquecedores, porque o frio agr, juntou-se à chuva e veio ter a Nápoles! Coitado do sr, estava um bocado desanimado e diz que vai ligar à agência de ERASMUS e dizer que não mandem mais pessoas do Paquistão, porque também lhe mete um bocado de impressão a simples forma de estar do paquistan... No outro dia veio lá a casa e ficou absolutamente enojado com o porco, que não tem outro nome, a falar com ele e a mexer nos pés descalços e fedorentos =S... também eu fico... por isso, e porque ele come com a boca aberta e faz barulho como um porco, Por isso é que faço o possível por não jantar ao mesmo tempo que ele, o Özgür faz o mesmo. Mas, infelizmente, isso não é suficiente... Ontem, estava eu a comer a minha sopa, sossegadamente, e vêm-me aquele cerdo sentar-se na cozinha, mesmo ao lado do sítio onde eu estava e, descontraidamente, cruza as pernas, tira o chinelo e põe-se a mexer no pé... Ora, aquele odor nojento começou a difundir-se na cozinha e fez saltar a minha tampa:

"Cat: Do you have some problem in your nose?

Pig: Oh, no! Why are you asking?

Cat: Because it seems impossible to me that you can't feel the bad smell of your own feet!

Pig: It's a bad smell?

Cat: No, it's an impossible smell! I am eating, for God Save! I don't have nothing to do with you clean habbits, but I'm tired of this. can you please try to keep yourself clean? We are in Europe! This is a civilized place in world!"

E pronto, com estas e outras freses que me saíram, durante uns minutos eu expliquei-lhe que aqui as pessoas não gostam muito de cheirar a transpiração umas das outras, especialmente
quando essa transpiração é de uma intensidade tal, como a dos pés dele, que faz ter vontade de vomitar... Expliquei-lhe que lavar os tachos e os pratos só com água não resulta; que estava farta de ter que lavar a louça lavada por ele, antes e depois de usar; que ele devia comer com a boca fechada, e não fazer barulho; que, se come com as mãos, faz-me impressão, mas posso ultrapassar isso, desde que ele não mexa nos pés ao mesmo tempo; que, mesmo que seja a meio do dia, depois de dormir algum tempo, as pessoas não desenvolvem um hálito fresco, por isso devem lavar os dentes, não adianta só trocar a escova de dentes com uma periodicidade de um mês, como ele faz, é preciso usá-la e, especialmente se não lava os dentes, não deve falar atirando o bafo fétido dele para cima das pessoas; expliquei-lhe que não somos amigos, por isso ele não tem de me dar, a mim ou ao turco, opiniões, descabidas, na maior parte das vezes, sobre o que eu faço, ou compro, ou como, ou digo... enfim. acho mesmo que ninguém antes lhe tinha dito estas coisas por isso, no fundo, eu considero-me uma pessoa bondosa que lhe fez um discurso, acima de tudo, pedagógico. É certo que ele não parece ter gostado muito, mas o meu objectivo também não era o de entretenimento, era mesmo de pedagogia, que é uma forma muito bonita de dizer que fiz o possível para acabar com este tipo de situações que, às vezes me tiram do sério e que eu, até ontem, me contive para não lhe dizer poucas e boas. Se ele não conseguia chegar lá sozinho, alguém tinha de o informar da sua própria condição e eu não fiz mais do que isso...