AVISO!

A leitura deste blogue é expressamente
desaconselhada a todos aqueles que não tenham uma caneca de cerveja (fresca e biba) na mão!

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Contra factos não há argumentos

Tenho a dizer-vos o seguinte: 
A primeira coisa que a minha irmã me disse, depois de estar há dez minutos comigo, foi: ''tu já reparaste que estás a falar com sotaque do norte?!'' PÂNICO! Raiosvosfodam. Para a semana vou falar correctamente e com sotaque alcochetano. Um dia destes sou renegada da minha terra :p

O porco está cada vez maior e lindo! Hoje cheira a alperce porque eu tive meia hora a esfregá-la. E como Ginja que se preze está a dormir faz tempo. A minha mãe anda encantada porque o ser amarelo aquece-lhe os pés. "É um autêntico borralhinho" - particularmente não gosto muito desta piada porque me lembro da funerário junto à CUCA o.O
Não tens passado frio, pois não Catarininha? Agasalha-te e prepara-te porque se o inverno for (no mínimo) igual ao nosso, temos todas hipótese de entrar em hipotermia. Um dia destes na latada, a dormir na tua querida e fofinha cama (muito obrigada), tive que por a minha capa por cima da cama e qual não é o meu espanto, quando no dia seguinte o Zé Pintas estava também a dormir com a capa por cima dela. Não é, portanto, paranóia / frio meu. É real!
Como é que são aí os fins-de-semana? Tens alguma coisa para fazer ou é muito parado? Sabes o que também era fixe descobrires? Museus e pubs :) é que é sempre bom aliarmos a viagem cultural à bebidal! eheh
O marruecos boy mantém-se boa pessoa e boa conversa? Vê lá se ele tem amigos, oh amiga!
A idieia da sondagem sobre o Zé Palites foi minha e do Zé Pintas. Estavamos numa daquelas noites em que apetece imbirrar com o Palitinhes! A votação está renhida, é tudo o que me apraz dizer. Se o Zé Palites quiser fazer algum comentário... força!

Ah e claro que eu já sabia isso mas é sempre bom confirmares, que apesar de tudo, gostas mesmo muito é de nós :) 
Por aqui, em relação a isso, é como dizer, Muito mais noites que o Verão. 
Está tudo dito, não está?

Beijo nas Zezinhas*



Mais um muçulmano!

Ontem, quando cheguei a casa, já lá estava o novo residente. Escreveria o nome dele se soubesse (só sei que se pronuncia mais ou menos como Usgru) mas não tenho muito bem a certeza... De qualquer forma, nota-se perfeitamente que é quase europeu. os seus hábitos são, para mim muito mais compreensíveis.

Quanto ao que interessa, este é bem mais jovem que o outro. Não é muito giro, mas perece-me muito bom! E é bem mais agradável conversar com este tipo do que com o Haidayt. É jovem, e tem da vida uma perspectiva muito mais "open mind". Por exemplo achou piada quando eu disse que a vida do outro, sem café e sem cerveja devia ser muito triste (já imaginaram uma vida sem café e sem cerveja???? Não seria vida! lol) apesar de também não beber, segundo a religião, e não gostar muito do nosso café. Mas gosta de café turco. Disse-me que se conseguisse encontrar num supermercado ia comprar e fazia para mim, disse que tinha a certeza que eu também ia preferir esse. É feito muito mais lentamente e fica com muito mais gosto de café.

Parece que ele sabe cozinhar, embora, enquanto estava a comer os meus cereais com leite (ontem jantei no departamento) eles estavam os dois a discutir a cozedura do feijão... Mas o Turco parece desenrascar-se bem, e a comida dele tem um cheiro e um aspecto muito mais apetitoso do que a comida do paquistanês...

Hoje de manhã, as 8 já estávamos todos a pé e, após tomarmos cada um um seu pequeno almoço (o paquistanês tomou leite e ovos com pimenta e chili, o turco, ovos com azeitonas, e eu, o meu simples e normal leite com cereais e café! sempre café) viemos os três juntos para a universidade. O paquistanês esqueceu-se do casaco e voltou para trás, nisto o turco disse-me que estava contente por não morar sozinho com o outro, porque era muito estranho e não entendia nada do inglês dele... Mas não queria parecer mal educado, até porque trabalha com ele todos os dias.

O paquistanês não conhecia este caminho que fizemos para a Universidade, mas, acho que o caminho que ele conhece é mesmo pelo meio de lixeiras oficiais, porque ele achou a rua muito mais limpa do que a que ele costumava passar... Não entendo!

De qualquer forma, já fui ver onde é o lab deles e logo devo ir com eles para casa, para não ir sempre sozinha. Com dois homens é mais seguro. O paquistanês é pouco mais alto que eu e é um pauzito de virar tripas, mas o outro não. O outro é um bocado bicharoco, por isso, acho que vou segura.

Como viram as horas a que saí daqui ontem, não encontrei nada aberto para fazer compras para a mistela, por isso comi aqui e depois é que fui para casa. Amanha também deve ser feriado aqui, por isso acho que tenho de comprar comida hoje...

Ainda não tenho mais nada de importante para vos dizer, a não ser que já tenho pilhas para a máquina fotográfica e em breve terei fotos para postar aqui!

Por fim, só para descansar o Zé Binho, eu gosto muito disto mas, cada dia gosto mais de vocês. Gosto de vocês mais do que o azul deste céu, nestes dias de sol, e deste Mar Mediterrâneo, que é, decerto, o mais azul do mundo!!! Estou a gostar muito de Itália, mas o meu lugar é aí! Nesses lugares onde Vivemos, Sorrimos e Perduraremos!

Amo-vos demasiado para não me lembrar de vocês todas as horas!

PS: De quem foi a ideia da sondagem quanto à vinda da rouxinol a Itália? Foi muito em pensado, eu já votei também! lool

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Primeira Vez...

Fogo, sou sempre a última em tudo…. Até a postar….Antes de mais, Zé Mamas, hoje é o teu dia… :p O dia mundial Contra o Cancro da Mama. Até a Cabra está de cor-de-rosa em homenagem a ti…
Aqui anda tudo na mesma ou quase tudo. As conversas à mesa mudaram um pouco… Já não falamos tanto em mer**, talvez porque nos faz lembrar a tua ausência. Sabes mesmo do que tenho saudades? É de esfregar a tua grande testa e depois ver a tua cara de reprovação. Como já leste nos postes dos outros “Zés”, de resto vai indo tudo dentro do habitual até mesmo a minha evacuação, só nos falta mesmo alguém que nos lave a roupa!!
Olha, não sei mais que dizer. Isto pelo facto do meu cérebro estar mais torrado que o habitual.
Já me esquecia de dizer: em homenagem a Rita arranjei um afilhado, o qual baptizei de “André Rita”.
Beijoca para todo o Mundo dos zés!!
P.S. – prometo para semana postar algo muito melhor!

E depois do adeus (às latas)

Antes de qualquer comentário ao que li e antes de novos relatos, tenho uma coisa a dizer: nesta casa habitam mais pessoas de letras do que qualquer outro curso, certo? Portanto eu pergunto, porque raio é que essas ditas pessoas escrevem sem acentos, sem maiúsculas e com abreviaturas (às quais eu agora chamo "minaturas")? É que é muito mais difícil de ler e não gosto. Catarininha estás à vontade para continuar a escrever sem acentos porque diz que esses teclados são esquisitóides.
Depois de ler esse teu último post comentei aqui em casa que de facto nos queixamos da falta de civismo e de maneiras dos portugueses e só quando chegamos lá fora é que percebemos que afinal há muito pior que nós. Deve ser um desconsolo andar na rua e assistir a essas coisas. A isso e ao lixo espalhado nas ruas...
Por aqui o que se amontoa nas ruas e nos corpos é o frio. Não se explica.
Acabou a latada. Agora começa o princípio do fim e também se aproxima o teu regresso, acho que estas próximas semanas vão passar a correr. Mas não me apetece mexer, por mim continuava de pijama, debaixo do cobertor até ser Verão outra vez.
Eu e o Zé Pintas ontem fomos (outra vez) sozinhas para o recinto. É de lamentar que as restantes pessoas desta CUCA se deitem às dez e meia e não se levantem à uma, para ir ouvir Rui Veloso. Minhas queridas: não vos queria dizer mais nada! :p O Veloso foi de facto muito bom e só foi pena não termos visto tudo. Foi um final em grande, com cerveja e chuva à mistura.
Amanhã volto para Alcochete, também já tenho saudades.

Continua a gostar disso mas não te esqueças de gostar mais de nós :)
Beijos da CUCA para Nápoles

Gente estranha

Esta avenida que percorro todos os dias tem tudo para ser muito agradável. Tem um separador central pintado de amarelo. Tem passeios bastante largos e, ao lado, pinheiros já bem grande com uns pequenos arbustos plantados. Num dos lados da rua há prédios de habitação, do outro lado há um parque que me parece giro, mas que não visitei, ainda. Só que os prédios estão deixados ao desmazelo. As varandas estão atulhadas de coisas e são frequentes os abrigos construídos provisoriamente com chapas e telhas de plástico, mas que parecem destinados a permanecer assim mesmo. Em cada 10 carros, 9 estão amassados e 5, já têm ferrugem... Os estacionamentos são caóticos. Em suma, em tudo se nota um desinteresse muito lamentável. Principalmente no lixo.
Os canteiros de que vos falei estão repletos de lixo de toda a espécie. desde lixo doméstico, a lixo de obras, móveis, televisões, material informático, peças de carros, roupa, colchões e um sem número de outras coisas espalhadas por aquela avenida que entristece, certamente, quem como eu, conhece realidades muito mais agradáveis, como nosso, para mim muito saudoso, país.
pode pensar-se que isto é um problema que cabe ao município resolver, mas não se abarca todo o problema, dessa perspectiva.

Agora há pouco, quando estava a sair do Departamento, já na via Cinthia, que penso ser uma das mais movimentadas aqui, estava no passeio um guarda-chuva partido. Até aqui, tudo bem. Ontem choveu, alguém deixou ali o guarda-chuva que já era inútil. Pouco cívico mas, infelizmente, não muito estranho, também acontece em Portugal. No sentido oposto ao meu vinham um homem e um rapaz com cerca de 15 anos, penso eu. Com a maior naturalidade, o moço deu um chuto no guarda-chuva, que só parou no meio da estrada, mesmo em frente a um dos milhentos carros que ali estão continuamente a passar. Foi uma sorte não lhe ter acertado. O carro travou e voltou a andar como se nada tivesse acontecido. O homem olhou para trás, com o barulho do chuto, mas também não agiu com estranheza alguma...

A conclusão a que eu chego é que, no meio deste quadro, eu fui a única pessoa que achou este acontecimento estranho e, categoricamente inaceitável! E o mais preocupante é que fui mesmo! Terão estas pessoas já um filtro mental que não lhes permite ver as coisas como são e até onde vão os limites da normalidade?

Gente estranha...

Minis, bróculos e palhacees :)

Finalmente vou escrever o meu primeiro texto no balcão desta tasca (depois dos problemas para conseguir fazer parte deste grupo. Até a internet está contra mim). Posto principalmente para a nossa Catarina. Agora imaginem-me a falar com uma mini na mão e bróculos na mesa (sim, porque eu ando a beber como gente grande e sim, havia bróculos na mesa).

Por aqui são as ressacas, a Inês ontem estava complicada. Eu e a Rita tentamos fazer tudo para a consolar. Acho que só pela hora de voltar novamente para o recinto é que resultou. Ainda estão todas a dormir. Eu estou com uma dor de cabeça do diabo. Fiquei a dormir desde as dez e meia da noite de ontem porque, como mandei a Rita dizer, não dormi nada na noite passada. E não, não sou uma puta :) Acho que nunca tinha passado tantas horas a conversar. Pelos vistos vou à Nazaré mais cedo do que pensava...
Hoje vou às aulas. Vou das quatro às oito, ou talvez só às seis.
Ahh! A Diana tem estado cá em casa!! É fixe porque ela é muito engraçada e passou a noite a gemer e a Inês não achou piada nenhuma, nenhuma. A Monic passou o resto do dia de ontem a dizer que queria comer isto e aquilo, e mais isto e aquilo. Anda sempre a falar do Alemão e do novo afilhado dela, o André Rita (parece que são bons). Mas de homens bons não falo porque entre tudo isto a Rita foi me lançando risinhos maliciosos. Eu pu-las à vontade para perguntarem o que quisessem. Elas preferiram não saber. Mas a Rita lá acabava por querer perguntar alguma coisa.

Agora de ti, quero saber mais coisas... escreve para nós, envia-nos a tua morada daí. Conta-me como passas os teus dias e as pessoas que tens conhecido. Conta-me tudo.


Beijinhos, abraços e muitos palhaces (os nazarenos trouxeram)
*

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Entre latas e outras coisas mais

Parece-me que Nápoles começa a ser mais bonito do que imaginas. Ainda bem, para ti e para nós que havemos de ir aí reconhecer o território-de-pessoas-boas-com-vespas :)

É uma pena que tenhas perdido este cortejo mas de longe foi o pior cortejo a que já fui. Jornalismo era talvez o penúltimo curso, não andávamos nem à lei da força, ninguém cantava por aí além, a Cátia (do meu ano) caiu e bateu com a cabeça - estava um bocado bêbeda - ficou tudo tolo e foram seis (!) pessoas com ela para os huc... Seguiu-se um frio de congelar pessoas o que significa que íam uma data de caloiros de capa e nós de batina, uma linda figura de todos, portanto. Claro que foi especial e claro que foi única. Não tanto por baptizar pessoas (uma vez que enfiei um pé no Mondego e tive que secar o sapato com o secador do cabelo) mas porque havia pessoas com nabo que atiraram o grelo ao rio! Isso sim, valeu a pena. Quanto a estarmos cá para o ano... Eu espero estar cá para o ano e ir roubar o nabo à Adémia com a Diana e porra, não quero pensar que não vão cá estar (pelo menos) no cortejo. Ponham-se com ideias.

Ontem foi uma animação. Houve orxestra, houve pimbalhada e piadas porcas, houve pessoas da Nazaré e outras coisas mais :p como diria a Nave Espacial: "foi o riso!". É um facto!
Bebi cerveja de toda a gente e quando queria mais não me deixaram. As bebedeiras têm muito mais piada quando somos vários a beber. Acontece que ontem, o Zé Pintas, o Zé Cagão e a Diana estavam de espectadores a ver beber. Não percebo...
Tu é que devias aqui ter estado ontem, porque aquelas músicas do Emanuel eram perfeitas para te fazer beber e dançar (não necessariamente por esta ordem).
Quanto aos nossos horários, andam de facto trocados. Muito mais do que é normal mas única e exclusivamente por causa da Latada. Daqui a uns tempos já vamos estar na net em horários minimamente normais.
Está frio em Coimbra e parece que já se houve o Natal. E por falar em Natal vou fazer um jantar de Natal (o meu discurso não está nada repetitivo, pois não?) para nós. Aquele que leva três ou quatro dias para estar pronto. Arranjem-se todas porque quero-as em Coimbra quando fizer isso. Não vou estar três dias na cozinha para depois faltar alguém. Não é preciso dizer mais nada, pois não?

Continua a ver italianos modus naves espaciais! Que mais não seja porque dá gosto sair à rua :)
Quatro beijos por cada CUCA
(Hoje tenho mais saudades tuas do que é costume. ) 

terça-feira, 28 de outubro de 2008

A Latada é que é fixe!

Olá, olá. Olá para ti e olá pro teu amigo alí-bábá. Tou a ver que daqui a nada já mandas nisso tudo.

Pois bem, hoje foi o grandioso cortejo da não menos graciosa Festa das Latas e Imposição de Insignias (nome bué grande!). Ontem não pude roubar o nabo. Porquê? - perguntas tu. (e bem) Porque as sras do mercado se armaram em mete-nojo e não deixaram ninguém roubar nabo nenhum. Tinham os nabos escondidos debaixo das bancas e só os davam depois de receberem o dinheiro. Depois havia polícia. Sim, polícia! Mas enfim, o Zé Cagão comprou o meu nabo (e o sr ofereceu-nos um bróculo, que elas estão a comer agora - Iak). Depois também comprámos um pro Zé Palites que estava a dormir e não conseguiu levantar-se.

Bem, nabos à parte, o cortejo correu com a habitual desorganização e garrafas no chão. O meu nabo acabou de ser "comido" antes de chegar ao pápa. Coisa fácil, pensas tu. Errado! Eu tinha o maior nabo de toda a academia. E não estou a exagerar! Tinha, de facto, um nabo gigante. No final do cortejo, antes de baptizar as crianças, atirei o grelo ao rio.

Já jantámos e agora o Zé Palites e a Diana estão a beber café e eu o Zé Binho estamos no sofá a ver as figuras estranhas da Diana (como não podia deixar de ser!)

Mais logo vamos para o recinto, ver o Emanuel e beber finos.

Ah! Temos um pin com uma vaquinha a comer mal-me-queres, que roubámos ao Calimero.

Acho que é tudo. Beijos, abraços e muitos palhaços.

PS - Isso de andares a ver naves-espaciais(ainda-por-cima-italianas) não tem ponta de piada!! Tenho dito! Adeus!

Mi sono recato al centro città!

Hoje tive de ir ao centro da cidade... Ligaram-me do ERASMUS POINT a pedir para que fosse la assinar uns documentos. Como achei importante e como não tinha grande coisa para fazer no lab, lá fui.

À saída de Monte Sant'Angelo apanhei o autocarro para piazzale Tecchio. Como não tinha bilhete, quando perguntei ao motorista onde podia comprar, ou se podia comprar no autocarro ele mandou-me entrar e disse para esquecer o bilhete... foi um fixolas!

Na piazzale Tecchio apanhei o 152 para a zona do porto de Nápoles. Eu já vos tinha dito que o trajecto que eu fiz no 152 é muito bonito mas, no sentido do porto é ainda mais bonito. Quando vocês vierem podemos fazer uma parte deste trajecto a pé, porque acho que é o que de melhor há em Nápoles, a zona do mar. Ao passar a via Partenope temos uma vista privilegiada para o Castel dell'Ovo (não me perguntem exactamente o que é nem porque tem este nome, no mínimo, estranho). Estava ali um casamento: um noivo, uma noiva e uma data de gente muito chique. Nunca tinha visto um casamento com tanta pompa e circunstância, especialmente se tivermos em consideração que foi a uma terça-feira. Talvez fosse um casamento dos vip's aqui de Nápoles, a avaliar pelos carros em que aquelas pessoas estavam a entrar, é bem possível...

Logo a seguir chaga-se ao porto de Nápoles e, aí, vi um cruzeiro muito, muito grande! Nunca tinha visto um barco tão grande. Tinha sobra a água, pelo menos 12 andares, que eu conseguisse contar. Atrás tinha hasteada a bandeira da Austrália, mas o nome não consegui ver. O porto estava cheio de barcos mas, ao lado daquele, perdiam todos a imponência...

Quando cheguei ao ERASMUS POINT vi que o suposto documento que me pediam era somente um questionário para fins estatísticos. Não fiquei muito satisfeita por saber que tinha atravessado a cidade toda somente para isso, mas ok...

Para voltar, foi o caos. Lembrei-me perfeitamente porque não gosto de autocarros, principalmente no inverno, mas tinha mesmo de ser de autocarro. Se o meu guarda-chuva estava aí com vocês, não estava aqui comigo, por isso apanhei chuva que me f... O 152 estava completamente cheio pouco depois da paragem onde entrei e as pessoas deixaram de poder entrar, mas, uma senhora, às tantas, queria entrara à força toda e pôs-se a gritar com as pessoas dentro do bus, que tinham de a deixar entrar porque tinha de levar o irmão doente e tinha de entrara, e as pessoas não tinham civismo e por aí fora... isto tudo enquanto empurrava as pessoas para dentro como se de uma mala de férias se tratasse... Estes italianos são muito estranhos!

Lá regressei ao Departamento, 3 horas depois de ter saído, na esperança de que o meu tio já tivesse marcado os meus voos e na esperança de vos encontrar na net. Esqueci-me é que o meu tio é viciado em trabalho e por isso só faria o agendamento dos voos depois do trabalho, e vocês não poderiam estar na net porque estariam no cortejo. Esqueci-me que era terça-feira, dia de cortejo!

Oh! Não imaginam a pena que eu tenho de não ter estado aí neste cortejo, bem como nesta Latada, que ainda por cima é a última da Rita e seria a minha última também. Mas isso pode querer dizer uma coisa: p'ró ano, estejamos onde estivermos, vamos estar em Coimbra na Latada. Eu tenho de ter uma última Latada e vocês têm de estar lá, certo? É um bom raciocínio, não é?

Ainda é muito cedo para dormir, se pensar nas horas a que nos costumamos deitar aí na CUCA. mas, tendo em conta as horas a que tenho acordado e o percurso que tenho feito a pé todos os dias, é muito compreensível que tenha sono... E tenho!

Vou dormir.
Bacci

Agora até sou uma pessoa ocupada....

Ciao!

Já tenho o meu laboratório para trabalhar. Já estou completamente instalada, tenho aqui o meu computador, o meu material, os meus compostos, enfim, o meu espaço de trabalho. Já pus o sistema a funcionar e aqui não tenho de estar na cave como em Coimbra. O lab é muito mais povoado, porque este sistema é mais resistente às variações no ambiente.

Hoje acordei muito cedo! Deviam ser perto de 5:30 da manhã aí, vocês ainda deviam andar na faina! Se não estivesse tão chateada pela forma como acrodei, ter-vos ia mandado uma mensagem. É que acordei com o Hidayat a falar com a família no Paquistão... e não é bonito, acreditem! Não é de se ficar bem dispostas sendo acordada às 6 e pouco da matina por um ali-bábá qualquer aos berros, mas enfim...

Lá consegui voltar a adormecer e levantei-me definitivamente por volta das 7:45. Tomei o pequeno almoço, com cheiro a ovos fritos com pimenta e chili, preparei qualquer coisa para levar para a universidade e fiz-me ao caminho com o meu computador e uma data de coisas de que ia precisar aqui hoje. Afinal, não são bem 15 minutos de caminho, são mais ou menos 30 min, mas como estava carregada, talvez seja menos que isso...

Qaundo cá cheguei estava um monte de gente à porta da do campus numa manifestação. Tentaram persuadir-me a não entrar e não foi fácil explicar-lhes que não era italiana e não entendia o que se estava a passar...

Quando cheguei finalmente ao laboratório, atrasada, pensava eu, ainda não estava cá ninguém e tive de esperar que me podessem abrir as portas.

A primeira coisa de que tratei foi ter acesso à internet no meu computador e tratar de reservar os voos. Se o meu tio conseguir reservar exactamente os voos que lhe pedi faço os 3 voos por um total de 284 eur... É muito bom, não acham? Os planos são:

Dia 15 de Dezembro: Roma-Lisboa;
Dia 7 de Janeiro: Lisboa-Roma;
Dia 21 de Janeiro: Roma-Lisboa;
Dia 23 de Janeiro: tá tudo em minha casa!

Entendido?

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

É uma luta!

Isto não foi muito fácil. Eu diria mesmo que foi uma luta!

Saí do Departamento por volta das 16:30. À saída aconteceu-me o que eu ja tinha previsto: perdi-me naquele edifício gigante e labiríntico! Mas, com os sinais que ia vendo nas paredes e com o que me lembrava, lá consegui orientar-me e sair dali.

A Universidade fica na via Cinthia. Daí tenho de virar para a viale Traiano e seguir sempre até encontrar a via Cassiodoro, que é onde fica o meu prédio. Até aqui, tudo bem. Só que o meu mapa não está bem de acordo com estas indicações e o que aconteceu foi que me perdi outra vez! E uma pessoa perder-se num sítio onde não domina a língua residente não é pêra doce, é uma luta! Mas, como quem tem boca vai a Roma ( e Roma nem sequer é assim tao longe daqui xD) lá me desenrrasquei com o meu italiano e cheguei ao meu destino, embora, 45 minutos mais tarde que o previsto...

Mal cheguei a casa, foi só o tempo de um xixi e voltei a sair depressa porque não sabia a que horas fecha o supermercado ali do fundo da rua. Fui comprar algumas coisas para me manter mais ou menos nutrida! Uma das compras mais imperativas era mesmo café! Comprei e ja fiz café para mim. Agora, depois de um banho quente e de uma chávena de café, sou uma pessoa muito mais feliz! lol

Ah, quando ia a caminho do supermercado passei por um sitio que já conhecia mas de que ainda não vos tinha falado: um posto dos "Ultras Napoli" que são, nem mais nem menos do que, a claque de apoiantes do Napoli Calcio! A imagem de marca deste grupo é a cabeça rapada, tipo skinhead, e um taco de basebol. eu não sei, porque nunca os vi "em acção" mas, não duvidaria se me dissessem que são os Super Dragões cá do sítio: os tipos que vi por lá não tinham menos de 1,80 m de altura e 0,90 m de ombros. Todos estes motivos me levam a exclamar: Forza Napoli!

ADULLLTOOOO!

Olá. Não faz mal teres-me acordado. Eu é que peço desculpa por mal ter falado, mas já sabes que quando acordo, a comunicação não é nada fácil. ehehehe xD

Ainda bem que estás a gostar disso. É bom que faças amigos e que vás conhecendo pessoas fixes.
E esse italiano? Como é que isso está a andar? Espero que já saibas algumas cenas para me ensinar xD
Eu e a Inês temos passado os dias em casa, a fazer o dolce far niente. Deitamo-nos as 7, dormimos até as 14/15h, e depois ficamos no sofá até à meia-noite, ou assim. Como vês, é uma vida muito difícil.

Hoje, eu e a tua amiga Inês fomos fazer bué coisas. Fomos à Toga comprar os kits para as crianças delas, depois fomos à baixa comprar pano, e elásticos, e meias, e pao e também fomos ao mini-preço. Nem sei como é que conseguimos. E foi tudo bué rápido! Ah! Se calhar também é bom dizer que fizemos tudo isto debaixo de chuva (ainda bem que tinhamos cá o teu guarda-chuva/sombrinha). Bem, o que importa é que fizemos essas coisas todas e agora já tomamos todas banho (o zé palites também) e vamos comer.

Amanhã tenho que ir roubar o nabo. Acho que não sou capaz! Mas a Inês diz que tem que ser e que vai comigo. (depois vou comprar qq coisa à senhora para não me sentir mal).

Também temos muitas saudades tuas! Temos que fazer dinheiro para ir ter contigo!

Beijos, abraços e muitos palhaços!

Olá! Já vos disse que tenho uma casa? Pois bem, já arrendei uma casa para ficar a morar neste tempo que permanecer aqui em Nápoles. É uma casa grande, com 3 quartos. Num estou eu, e cá ficam as fotos:



O quarto é grande e tem espaço para todas nós. Tem de ficar, pelo menos uma semana!

Num outro quarto esta um paquistanês, cujo nome nao vou escrever ja sob pena de o escrever de forma errada... Tem 35 anos, é casado e tem dois filhos. Está a fazer doutoramento. Previsivelmente é muçulmano e tem sobre a vida muitas opinioõs muito diferentes das minhas, principalmente quanto ao consumo de álcool, mas a convivência tem sido muito pacìfica... No crisis!

Um cheirinho






Aqui fica o patio do predio do primeiro hostel onde fiquei... E mesmo muito parecido com o que vimos nos filmes, onde para o mesmo patio dao as janelas de dezenas de familias. è mt giro!







Esta è a entrada da Chiesa de Gesù Nuovo e a proxima e a estatua na praça com o mesmo nome.


Teria muito mais para vos mostrar, mas nao trouxe comigo o carregador das pilhas... e ainda n sei onde posso comprar mais.

Tenho tanto para vos dizer e tanta vontade de estar convosco... Nao vejo a hora de vos abraçar aqui ou noutro sitio qualquer do mundo. Venham depressa, que isto sem voces nao tem graça nenhuma!

Baccio


domingo, 26 de outubro de 2008

Casa vazia de gentes

A CUCA costuma ser uma casa cheia de pessoas e de barulhos. Netes últimos dias é uma casa cheia de espaços vazios porque eu e o Zé Pintas não ocupamos muito espaço e basicamente levantamo-nos do sofá para fazer xixi e para ir buscar comida (porque até para comer ficamos no sofá).
São seis e vinte e quatro e o dia já está a escurecer - culpa do Inverno que nos obriga a mudar a hora. Estamos no sofá a ver um filme que já vimos várias vezes, A Minha Namorada Tem Amnésia e estamos de pijama e dormentes. Ressaca a quanto obrigas.
Ontem estávamos tolas. Nem sei se é muito bom escrever isto aqui mas eu e a Rita bebemos qualquer coisa como 20/25 finos. Curtimos que nem tolas porque o alcool tem destas coisas, deixa-nos ainda mais faladoras e com vontade de rir e rir e rir. (A mim também me faz apalpar rabos-de-moços-jeitosos... mas isso já vocês sabem e ontem diz que foi uma loucura).
Ontem também foi dia de Estudantina :) e às tantas dissemos que não há nada como ser estudante em Coimbra. Não há mesmo. Mais ninguém ouve Coimbra ou a Balada de Despedida como nós ouvimos. Sabem isso, não sabem? Na Queima podíamos estar as cinco, lá a frente, a ouvi-los. É que melhor do que ouvir a Estudantina só mesmo, ouvi-la com vocês, meus Zés :)

Ontem vimos o Zé Palites (também conhecido por Zé Passarinho) de raspão. Foi o rasganço do André! Se eu fizer rasganço, cabe-vos rasgar primeiro que toda a gente!

E Itália? Põe fotos e muitas descrições. Dos cheiros dos sítios (desde que não seja a lixo), das cores, os sons. Conta-nos as histórias. E conta-nos os teus dias e como é que estás.
Nós aqui estamos e temos saudades tuas. Mas também nos estamos a divertir, porque "A Latada é que é fixe!"
Beijos de Coimbra a Nápoles, passando pelo Couto e pelo Curval.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Passam 25 minutos das 15 horas e eu estou sentada em frente à porta de embarque nº 7 do Aeroporto Internacional de Lisboa.
Parece que o aviao já ali está... Não é muito grande. Tem riscas verdes e vermelhas, da Alitalia.
Queria dizer o que sinto agora, mas é tao dificil! Dói-me a barriga, e isto é a única sensação que consigo descrever sem dificuldade. Quanto ao resto...
Sinto falta das minhas pessoas (vocês) e do que sou com elas. De repente, foi-se embora a minha coragem e estou aqui, como uma criança abandonada, só vejo estranhos à minha volta, línguas estranhas, odores estranhos, olhares que eu nunca vi...
Tenho medo do que me espera, tenho medo de não conseguir aguentar-me e de que me apeteça fugir. Apetece-me virar as costa e voltar para a casa de sempre, a CUCA, voltar para a segurança confortavel desse nosso lugar.
Mas não! Vou aguentar-me, vou passar aquela porta e entrar no avião. Quando chegar a Nápoles vou dizer-vos que cheguei e o quão difícil vai ser a vossa ausência. Mas, nem todo o mau-estar que esta viagem me pode cuasar, será maior do que a alegria extasiante que eu sei que vou sentir quando voltar, porque a única certeza que levo comigo é que vocês vão também para onde quer que eu vá. Por isso, quando eu voltar quero-vos aqui para me apertar tanto num abraço que me deixe sem ar! Ecco!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Um pouco menos disto e eramos aquilo

Detesto casas vazias da vossa presença. A cidade está cheia de pessoas e faltam cá vocês. Podiam deixar de se ir embora quando eu cá fico.. não podiam?
Está vento, está frio e está sono. Quanto mais vegetamos mais sono tenho, pareço uma lesma gosmenta!
No outro dia, alguém (não-vou-dizer-nomes-como-Rouxinol!) não me deixou assobiar músicas de Natal mas estamos quase lá. E agora, acompanhem o meu raciocínio, se estamos quase no Natal, quer dizer que daqui a nada estamos a passar o fim-de-semana em Alcochete, ou seja (e melhor que tudo) a Cat já ca está :) é que parecendo que não é mesmo isso!
Domingo, segunda e terça durmo na Cuca para não perder pitada nem segundo. E se bem se lembram, eu disse que na semana anterior à Cat se ir embora, dormia todos os dias na Cuca. Só não dormi um dia, foi ou não foi?? Pimbas.
Sabem o que é que eu queria mesmo, mesmo? Que domingo, segunda e terça estivéssemos lá todas. E não vai ser assim, pois não?

Por mim, íamos já para Nápoles na quinta.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Lágrimas... não sei.


Lágrima de preta

Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

_António Gedeão


Claro que aqui tinha de deixar um apontamento científico...

lol

sábado, 11 de outubro de 2008

Ali ao número 11, Chamaram-lhe Cuca

É uma janela azul e outra verde
Visto de quem desce
Um chão de madeira com escadas
E lá dentro
Capas negras e rasgadas e sujas de pó
(Pó que não se sacode para que as memórias ali permaneçam)
De gargalhasdas ébrias e sóbrias ao deitar
Sons de pés descalços em noites quentes e bancos frios
Em lugares onde vivemos, 
sorrimos e perduraremos
Conversas eternas em sítios banais nunca esquecidas
Nunca mais
São capas traçadas numa noite sem vento 
ao choro de guitarras que falam no silêncio
Capas pisadas no chão que nos pertence
Copos e tascas velhas que guardam promessas
São dias que se sentem à noite
Noites que se confundem de dia
Paredes de cor que contam A História
e vão guardar sempre pedaços de nós
E selam saudades que (me) rasgam o peito.